A MODA MAIS POBRE - Adeus Mc Queen


Acabaram as cores vibrantes, os folhos de tule, e os arco-íris. O designer inglês Alexander McQueen enforcou-se hoje aos 40 anos, escreve a edição online do The Sun.

O estilista foi encontrado morto no apartamento onde vivia, em Londres, na área exclusiva de Green Park.

Uma fonte próxima disse que "a ambulância foi chamada às 10 horas. Alexander foi encontrado morto lá dentro".

McQueen vivia uma fase muito difícil, depois da morte da mãe, Joyce, com quem mantinha uma relação de grande proximidade, a 3 de Fevereiro. Na página do Twitter, o estilista inglês dava conta da tristeza em que vivia. A última vez que actualizou a página foi a 7 deste mês.

O estilista nasceu numa grande família, em Stratford, a este de Londres, e cedo se inseriu nos círculos da moda. Casou com o realizador de documentários, George Forsyth, em 2000, com Kate Moss como dama de honor. Ganhou o prémio de melhor designer britânico quatro vezes. Em suspenso fica a colecção que apresentaria em Paris, no próximo mês, na semana de Moda da cidade luz.

A 18 de Janeiro apresentou a colecção Outono/Inverno para 2010/2011, na semana de Moda de Milão.

Fonte: http://www.ionline.pt/conteudo/46370-a-moda-mais-pobre-morreu-alexander-mcqueen

Histórico:
O coreógrafo de moda.
Alexander McQueen, o mais novo de seis irmãos de uma modesta família londrina, nasceu a 17 de março de 1969. A história da gata borralheira da moda começou muito cedo. McQueen fazia os vestidos das três irmãs quando ainda era criança e na altura já sabia que queria ser designer de moda. McQueer – assim lhe chamavam os colegas da escola - deixa os estudos aos 16 anos para poder ajudar a família e começa por trabalhar como aprendiz de alfaiate. Na Angels and Bermans, os famosos construtores de guarda-roupas para teatro e cinema especialistas em reproduções históricas, Mcqueen aprende as técnicas de modelação e corte do século XVI - são hoje a imagem de marca das peças que cria. O jovem designer trabalhou ainda com Koji Tatsuno e com Romeo Gigli, este último em Milão.

Em 1991, McQueen dirige-se à Central Saint Martins College of Art and Design com o intuito de dar aulas de modelação. Ao apresentar o portfólio à directora do curso, esta convenceu-o a inscrever-se como aluno. É então que aparece a fada madrinha na vida de Mcqueen. A colecção com que conclui o curso é comprada na íntegra pela influente editora e ícone de moda Isabella Blow, facto que suscitou o interesse da imprensa especializada. “Foi a imprensa que começou tudo isto, eu só alinhei no jogo”.

McQueen lancou a sua marca em 1992 e apenas quatro anos depois foi nomeado sucessor de John Galliano na direcção artística da casa Givenchy. A primeira colecção não foi bem sucedida, chegando o próprio a admitir à revista Vogue que a colecção era uma “merda”. No ano 2000 Mcqueen vende 51 por cento da sua marca ao grupo Gucci por não se encontrar satisfeito: reclamou castração criativa. Rescindiu então o contrato que o prendia ao grupo LVMH. “Foi uma fase muito traumatizante na minha vida. A moda é como a indústria da música – a atenção constante dos media cria muita pressão. Quando trabalhas para duas marcas diferentes acabas por ficar esquizofrénico.”

Entre 1996 e 2003 foi considerado por quatro vezes o melhor designer britânico de moda do ano. Em Julho de 2003 a Rainha de Inglaterra atribuiu-lhe o título de ‘A most Excellent Commander of the British Empire’ (CBE). Em Fevereiro de 2004, após a saída de Tom Ford da Yves Saint Laurent, foi-lhe oferecido o lugar de director criativo, proposta que recusou por querer concentrar-se na sua própria marca. Em 2006 lança a linha de jeanswear McQ.

Em 2008 abriu uma loja em Los Angeles, a terra das celebridades, e fez saber que entre os clientes não gostaria de ver Paris Hilton. “Se ela passar por aí, espero que continue o seu caminho. As pessoas que vestem McQueen fazem-no por que querem e não por que é hype”. Educadamente também declinou o convite a Victoria Beckam para um dos seus desfiles em Londres. “Trabalho para as pessoas que admiro e respeito.”

Uma das pessoas que o criador admira é Bjork. “Ela ouve tudo e todos, absorve as pessoas e é por isso que tem tantas ideias diferentes e brilhantes. Inspirou-me para uma colecção que fiz para a Givenchy com a capa de Homogenic. Só a maneira de ela falar inspira-me a pensar de forma diferente”, disse à revista Vogue em Setembro de 2009. A outra musa é Kate Moss, a quem Mcqueen fez um tributo no desfile de Outono/Inverno 2006. O último vestido da colecção foi apresentado através de um holograma no qual a modelo rodopiava ao som de violinos.

Mcqueen desenha as colecções de forma a servir o desfile. “Se eu não consigo visualizar o resultado final, então acho que não é possível a sua concretização. Se o desfile é opressivo e a colecção sufocante de alguma forma, isso vai afectar as formas.“ No entanto, o criador vê a colecção e o desfile como duas partes distintas de um mesmo espectáculo, em que um não pode ofuscar o outro. Além de ser um grande designer de moda, o que realmente impressiona em Mcqueen é o seu sentido de entertenimento. Há uma forte componente teatral nos desfiles que faz com que Mcqueen pareça um coreógrafo que faz roupa para os seus próprios espectáculos.

Fonte: http://www.ruadebaixo.com/mcq-alexander-mcqueen.html

Descanse em paz!

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