POLÊMICA! FIBRA DE BAMBU??? PURA ENGANAÇÃO
Mais de 450 mil artigos têxteis e de vestuário no Canadá foram re-etiquetados como viscose após as empresas terem levado os consumidores a pensar que eram feitos de fibra de bambu. As alterações foram decididas após o Gabinete da Concorrência ter contactado retalhistas, importadores, produtores e empresas de processamento e acabamentos relativamente à rotulagem e publicidade a artigos têxteis derivados de bambu. O Gabinete afirma que mais de 250 páginas da Internet foram também corrigidas como resultado dos seus esforços. Segundo o Gabinete da Concorrência, embora os artigos sejam derivados de polpa de bambu, não foram feitos com fibras naturais de bambu e são, na verdade, fibras de viscose produzidas através de um processo químico, pelo que há receio que os consumidores tenham pago um preço mais elevado com a assumpção de que os artigos são ecológicos ou têm qualidades melhores para a saúde. O Gabinete insiste que os têxteis derivados de bambu têm de ser rotulados como “viscose de bambu” para não enganar os consumidores e pretende continuar a monitorizar o mercado e continuar a agir face a queixas que envolvam rotulagem falsa ou enganosa relacionada com fibras têxteis. Esta não é a primeira vez que os tecidos à base de bambu estão envolvidos em polémica. As fibras foram inicialmente consideradas uma alternativa ecológica ao algodão, sedas e poliéster por serem feitas com base numa planta de rápido crescimento que requer poucos fertilizantes químicos e que é cultivada sem destruir as raízes, o que permite um rápido crescimento. Contudo, há muita controvérsia sobre o estatuto ecológico do tecido de bambu, uma vez que são necessários químicos fortes para transformar a dura celulose da planta de bambu em fibras suaves.
Comprar viscose por bambu
Os responsáveis norte-americanos identificaram diversas marcas de fibras, têxteis e vestuário que estavam a vender produtos fabricados com viscose, alegando tratar-se de fibras de bambu.
A publicidade enganosa afirmava mesmo que os produtos mantinham as propriedades anti-microbianas e biodegradáveis associadas ao bambu.A Federal Trade Commission (FTC), agência governamental norte-americana, tomou medidas peremptórias para desencorajar o que considera serem garantias ambientais e benefícios de saúde injustificados em relação aos produtos de fibras celulósicas provenientes do bambu.A agência governamental acusou quatro vendedores de vestuário e outros produtos têxteis de falaciosamente rotularem e publicitarem esses produtos como “fabricados com fibra de bambu”, quando na realidade a fibra é tecnicamente viscose. A sua acção terá implicações para muitas outras marcas têxteis, cujos produtos contêm polímeros sintéticos de celulose, derivados de fontes vegetais, em vez de usarem a própria fibra vegetal.As denúncias abrangem ainda o facto de as empresas fazerem falsas e infundadas alegações ecológicas, ao referirem que as suas roupas e produtos têxteis são fabricados usando um processo “amigo do ambiente” que conserva as propriedades naturais anti-microbianas da planta de bambu e que as fibras resultantes são biodegradáveis.Três das empresas – Sami Designs (comercializada como Jonäno), CSE Inc (comercializada como Mad Mod) e Pure Bamboo – chegaram a acordo com a FTC, aceitando pôr um fim às reivindicações falsas e respeitar o disposto no Textile Fiber Products Identification Act (Textile Act and Rules).
A ação contenciosa continua contra o The M Group que comercializa os produtos com a designação Bamboosa.«Com o enorme crescimento das alegações ecológicas no mercado de hoje, é particularmente importante para a FTC analisar as declarações ambientais, de modo a que os consumidores possam confiar que os produtos que compram possuem os atributos ecológicos que querem», defende David Vladeck, director do gabinete de protecção ao consumidor da FTC. «Quando as empresas vendem produtos de fibras sintéticas, tais como viscose, é importante que o indiquem claramente no rótulo e na promoção desses produtos - tanto no que diz respeito às fibras que utilizam como às qualidades que essas fibras possuem», explica Vladeck.Segundo as acusações, as empresas alegaram falsamente que as suas roupas e outros produtos têxteis de viscose eram de fibras “100% bambu”. Estes produtos eram comercializados com nomes como ecoKashmere, Pure Bamboo, Bamboo Comfort e BambooBaby.A viscose é uma fibra não natural, criada a partir da celulose encontrada nas plantas e árvores e tratada com uma substância química que liberta perigosos poluentes atmosféricos. Qualquer planta ou árvore pode ser utilizada como fonte de celulose – incluindo o bambu – mas a fibra produzida é a viscose.Segundo a declaração da FTC, mesmo que a viscose utilizada nos produtos das empresas seja fabricado utilizando o bambu como fonte de celulose, a fibra não conserva as propriedades anti-microbianas naturais do bambu. O processo de fabrico da viscose, que implica a dissolução da planta de base em produtos químicos, elimina qualquer propriedade natural da planta de bambu. Da mesma forma, a FTC aponta que os têxteis e vestuário das empresas em causa não são produzidos usando um processo ecológico.As empresas responsáveis pelas marcas Jonäno, Mad Mod e Pure Bamboo concordaram em garantir que vão utilizar as designações certas para rotular e publicitar os seus produtos e não vão violar o Textile Act and Rules no futuro. O acordo impossibilita estas empresas de afirmarem que qualquer produto têxtil é: feito de bambu ou de fibra de bambu; fabricado através de um processo amigo do ambiente; anti-microbiana ou mantém as propriedades anti-microbianas, a menos que a reivindicação seja apoiada por evidências científicas de confiança.A Pure Bamboo está ainda impedida de reivindicar que os seus produtos são biodegradáveis, a menos que consiga fornecer provas científicas fiáveis. Os acordos também impedem as três empresas de fazer quaisquer declarações sobre os benefícios, desempenho e eficácia de um produto têxtil ou de vestuário que vendam, a não ser quando suportadas por evidências fidedignas.No entanto, a decisão da agência norte-americana permite que as empresas possam descrever os seus produtos como “viscose feita de bambu”, desde que isso seja verdade e possa ser provado.
Fonte:portugaltextil.com
A FRAUDE DAS FALSAS FIBRA TEXTEIS DE BAMBU
1. Todos os tipos de "tecido de bambu" são uma fraude, pois não podem ser feitos de uma fibra natural de bambu, conforme será explicado mais adiante.
2. As 1.300 espécies de bambu existentes no mundo são constituídas de fibras de celulose (como qualquer planta), além de lignina, hemiceluloses, amido e sílica. As fibras de celulose são minúsculas e tem tamanhos diferentes e o seu formato lembra uma pequena mangueira, pois são ocas e tem em média um comprimento de 2 a 3 milímetros e a largura destas fibras é ainda 100 vezes menor. Só dá para ver em microscópio.
3. Qualquer fio têxtil, seja ele natural ou artificial, precisa ter um comprimento mínimo de 30 milímetros. Os fios fabricados p. exemplo pela TENBRO têm comprimentos de 38 mm, 51 mm, 76 mm e 86 mm, conforme indicado no site deles (www.tenbro.com). Ou seja, estes fios têm comprimento de 10 a 30 vezes maior do que uma fibra natural de celulose de bambu.
4. Não existe maneira de emendar as fibras de bambu para elas adquirirem o tamanho necessário para um fio têxtil.
5. Todos os tipos de "tecido de bambu" usam um fio têxtil chamado de viscose. Também a TENBRO menciona este nome, assim como a Malharia Marles, a Döhler, a Zorba e tantas outras empresas e marcas. Ninguém esconde o fato de que se trata de fios de viscose. Eles têm a cara de pau de dizer isso abertamente.
6. Mas, no que consiste então a fraude? Acontece que a fibra de viscose é uma fibra artificial, obtida por um processo químico inventado há mais de 100 anos e que usa um produto altamente tóxico chamado de dissulfeto de carbono. Este produto reage com qualquer fibra natural de celulose e desmancha estas fibras, transformando as mesmas em uma massa plástica, parecida com o nylon. Depois ela é processada numa máquina extrusora, que transforma a massa plástica em fios contínuos, que depois são cortados nos tamanhos adequados para fios têxteis. Qualquer fibra de celulose pode ser usada para fabricar a viscose, portanto podem ser fibras de árvores, ou de arbustos, ou de resíduos agrícolas (como palha de trigo, de milho, ou de arroz), mas também pode ser qualquer fibra de celulose de bambu.
7. Um fio de viscose tem sempre as mesmas características físicas e químicas, independente do tipo de fibra natural de celulose que lhe deu origem. Portanto um fio de viscose de eucalipto é exatamente igual a um fio de viscose de palha de trigo e também é igual a um fio de viscose de bambu.
8. Então a fraude consiste no seguinte: na China a viscose em geral é feita de bambu, que para eles é uma matéria-prima abundante e barata. Como o processo de fabricação da viscose é poluidor, nos últimos 50 anos diminuiu muito a produção mundial e hoje o setor de viscose é dominado pelos países asiáticos, que pagam salários baixos e não se importam com poluição industrial.
9. Como no mundo inteiro o bambu goza de uma reputação de produto natural e ecológico (com toda razão, por sinal), algum comerciante inescrupuloso teve a infeliz idéia de divulgar os tecidos feitos de viscose como sendo feitos de fibra de bambu, escondendo a informação de que depois de transformada em viscose a fibra nada mais tem a ver com bambu. Na verdade, ao comprar um tecido de viscose, é impossível saber qual foi a fibra de celulose usada em sua fabricação. E também, mesmo que pudéssemos descobrir a fibra de origem, isto em nada mudaria as características da viscose, que é artificial e poluidora e não natural e ecológica.
Espero ter sido mais feliz nesta explicação detalhada. Se ainda restar alguma dúvida, por favor, me digam. Não é incômodo nenhum tratar deste assunto repetidas vezes e farei tudo que estiver ao meu alcance para desmascarar este absurdo crime que estão cometendo, tirando proveito da onda ecológica que varre o planeta.
Hans Jürgen Kleine
( Artigo especialmente licenciado por Hans Jürgen Kleine para a Rede Social do Bambu. Foto sob licença Creative Commons de Steph & Adams em:http://www.flickr.com/photos/kahtava/152873477 )
Agradecimentos especiais ao Erivaldo Cavalcanti por encaminhar os artigos.
Encontre o Erivaldo http://textileindustry.ning.com/profile/ERIVALDOJOSECAVALCANTI