Artistas Plásticos ganham fundo de investimento no Brasil! Vai funcionar?

Em um mercado aquecido, o Brasil ganha seu primeiro fundo de investimento com foco nas artes plásticas
Por Carolina Guerra

No mês passado o salão da galeria de arte londrina Saatchi Gallery foi o cenário para um levante dos “BRICs” no campo das artes. Pela primeira vez foi realizado um leilão com obras de artistas oriundos do Brasil, da Rússia, Índia e China. As vendas alcançaram £ 7,2 milhões, sendo que as de arte brasileira ficaram na casa do £ 1,1 milhão – considerando um desconto, já que parte da oferta não chegou a Londres por conta do vulcão na Islândia.

Os investidores: os executivos do Brazil Golden Art (a partir da esq.) Heitor Reis, Andre Schwarz,
Rodolfo Riechert (ao fundo) e Raphael Robalinho.

O recorde nacional ficou para a brasileira Lygia Clark (1920 -1988), cuja escultura foi vendida por £ 367,250 (R$ 990 mil). Os valores não chegam nem perto da pintura Nu, folhas verdes e busto, de Pablo Picasso, que recentemente bateu o recorde mundial ao ser vendida por US$ 106 milhões na casa de leilões Christie's de Nova York, mas ainda assim o momento é bom para a arte brasileira.

Para se ter uma ideia, a sexta edição da SP Arte, evento realizado em São Paulo para vender obras de arte, no início do mês, arrecadou R$ 30 milhões. Em 2009, as vendas não ultrapassaram os R$ 26 milhões. De olho nesse crescimento, um grupo de empresários decidiu abrir o primeiro fundo de investimentos voltado para as artes no País.

E assim Rodolfo Riechert e Andre Schwarz, ex-membros do alto escalão do Banco Pactual, e hoje CEO e vice-CEO, respectivamente, do fundo de investimentos Plural Capital, juntaram-se a Raphael Robalinho, do RR Capital. Também faz parte do time Heitor Reis, ex-diretor do MAM da Bahia. Todos juntos formaram o Brazil Golden Art, fundo que será gerido pela Plural Capital. “Em, três anos, queremos ter uma das cinco coleções de arte mais importantes do Brasil”, conta Reis.

O Brazil Golden Art será um fundo fechado, no modelo de private equity, com registro na CVM, e pretende angariar até R$ 40 milhões – cerca de 50% do valor já está garantido, segundo os sócios. Eles esperam atrair outros investidores que estejam dispostos a ceder um mínimo de R$ 100 mil.

Com esse valor, serão compradas obras de artistas brasileiros contemporâneos consagrados como Tunga, Vik Muniz, Adriana Varejão e Ernesto Neto. “Pretendemos chegar a três mil trabalhos, em média. Entre nossos objetivos também está o de patrocinar artistas e levar a coleção para museus ao redor do mundo”, explica Reis. Tudo isso para driblar a baixa liquidez das obras de arte em território nacional. “Queremos levar os novos artistas para o público estrangeiro, para valorizá-los ainda mais”, diz Riechert.

A questão do valor de uma obra de arte contemporânea é complexa. “Ela é sempre um investimento de risco”, diz Baixo Ribeiro, da galeria Choque Cultural. “Mas o que pode garantir o valor de uma obra é o quanto ela poderá, no futuro, contar a história de uma época.” Ou seja, além de um bom curador, é preciso uma certa dose de feeling para acertar.

Fonte: http://www.istoedinheiro.com.br/noticias/22932_A+ARTE+DE+VALOR

Moda&Business: Uma ótima oportunidade aos nossos artistas que doam seus dias exclusivamente a arte! Só resta saber como poderemos ter acesso ao grupo, como os coletivos se encaixam nisso, tem site? como funciona?
- Bom saber da existência mas gostaríamos de postar como chegar até vocês!

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